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Crescimento gradual na economia: Presidente Lula inaugura fábrica de automóveis elétricos no Polo Petroquímico de Camaçari / BA. (Foto: Ricardo Stuckert / PR) |
Balança comercial superavitária, varejo interrompe retração com alta de 0,2%, serviços expandem 2,5% anual
A economia brasileira apresenta indícios de recuperação em setores chave, como comércio exterior, varejo e serviços, conforme análise divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) em sua "Pílula Econômica" de 15 de outubro. O documento destaca um superávit comercial de US$ 1,5 bilhão na segunda semana de outubro, impulsionado por exportações de US$ 6,9 bilhões contra importações de US$ 5,4 bilhões, acumulando US$ 2,5 bilhões no mês. Esse desempenho reflete uma resiliência no setor exportador, especialmente em commodities, e contribui para uma perspectiva mais otimista no balanço anual, com projeções governamentais elevadas para um saldo positivo de US$ 60,9 bilhões em 2025.
Correlacionando com reportagens recentes dos principais veículos de comunicação brasileiros, o Valor Econômico reportou que a balança comercial registrou superávit de US$ 2,5 bilhões nas duas primeiras semanas de outubro, alinhando-se aos dados da FIEG e sinalizando uma continuidade do saldo positivo observado em setembro, apesar de uma queda de 41% no superávit anualizado devido ao impacto de tarifas impostas pelos EUA. O Globo complementa essa visão, notando que as exportações para os Estados Unidos caíram 20% em setembro, mas o Brasil conseguiu redirecionar parte do fluxo para a China, mitigando perdas no setor industrial exportador. Esses movimentos destacam impactos no segmento industrial, onde a dependência de mercados externos como os EUA pode pressionar indústrias como a de manufaturados, mas o superávit persistente sugere uma adaptação via diversificação de parceiros comerciais.
No front interno, a análise da FIEG enfatiza o crescimento modesto no varejo e serviços. As vendas no varejo restrito subiram 0,2% em agosto comparado a julho, interrompendo quatro meses consecutivos de retração, com acumulado de 1,6% no ano e 2,2% em 12 meses. O varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, avançou 0,9%, acumulando 0,7% nos últimos 12 meses. Já o setor de serviços cresceu 0,1% mensalmente, marcando o sétimo avanço consecutivo e uma expansão anual de 2,5%. Esses dados, segundo a FIEG, indicam uma recomposição parcial da atividade econômica, influenciada por fatores como o pagamento de precatórios em julho, que impulsionou o consumo.
Esses indicadores ecoam nas coberturas jornalísticas. A CNN Brasil reportou que as vendas no varejo avançaram 0,2% em agosto, conforme o IBGE, destacando a interrupção da sequência negativa e um leve otimismo para o consumo interno, apesar de pressões inflacionárias. O Estadão reforça que, na comparação anual, o varejo cresceu 0,4%, com o varejo ampliado mostrando resiliência em segmentos industriais como construção civil. Para os serviços, o Valor Econômico noticiou um avanço de 0,1% em agosto, renovando o patamar recorde da série histórica do IBGE e acumulando 2,6% no ano, com destaque para serviços às famílias e transportes, que beneficiam indústrias correlatas como logística e turismo. O G1, por sua vez, relata que o IBC-Br, considerado uma "prévia do PIB", expandiu 0,4% em agosto após três meses de queda, alinhando-se à projeção da FIEG de 0,38% e sugerindo uma interrupção na desaceleração econômica.
Os impactos no segmento industrial e econômico brasileiro são mistos. A FIEG aponta que o crescimento nos serviços e varejo incorpora um avanço de 0,8% na produção industrial em agosto, mas alerta para uma tendência de desaceleração gradual, sem alterar o ciclo econômico de forma substancial. No contexto global, o documento menciona recuos na produção industrial da Zona do Euro (-1,2%) e desafios na China, como deflação no PPI (-2,3%) e empréstimos abaixo do esperado, que podem afetar a demanda por exportações brasileiras, especialmente de commodities industriais.
Reportagens do Folha de S.Paulo e do G1 corroboram essa perspectiva com as revisões do FMI: a projeção para o PIB brasileiro em 2025 foi elevada para 2,4%, superior à média latino-americana, mas com uma desaceleração para 1,9% em 2026 devido a riscos inflacionários nos EUA e enfraquecimento do mercado de trabalho americano. O Banco Mundial, conforme noticiado pela CNN Brasil, mantém a estimativa de 2,4% para 2025, enfatizando a resiliência brasileira em meio a tarifas globais, mas alertando para impactos no setor industrial exportador.
Especialistas consultados pela FIEG, como o economista-chefe André Galhardo, veem esses sinais como positivos, mas pontuais, com preocupações sobre inflação nos EUA (próxima a 3%) e desaceleração laboral, que poderiam frear cortes de juros pelo Fed e afetar investimentos no Brasil. No entanto, o consenso nas mídias é de otimismo cauteloso: o Estadão destaca que o Focus do Banco Central manteve o PIB em 2,16% para 2025, com inflação em declínio, favorecendo uma recuperação industrial gradual.
Resumindo, os novos sinais de crescimento apontados pela FIEG, corroborados por dados do IBGE e projeções internacionais, sugerem uma economia brasileira em trajetória de recuperação, com impactos positivos no varejo e serviços que se estendem ao setor industrial via aumento de consumo e exportações. Contudo, desafios externos demandam vigilância para sustentar esse momentum.